Este desafio é sério em nossos dias. São muitos os que acreditam que creem, quando na verdade estão distantes da fé. Bastaria um pequeno grão de fé genuína para que acontecessem verdadeiros milagres, como aquele de transportar ao mar uma amoreira de raízes profundas. A fé não desarraiga somente amoreiras, é capaz de me transportar ao Reino de Deus, capacita para amar, me faz olhar para Deus como Pai que nunca me ilude e ver o irmão que me fez um mal como “alguém por quem Jesus foi morto” (Rm 14,15).
A fé se faz necessária, mas qual a quantidade ideal? Não importa. Basta um pouco, desde que seja autêntica, sincera. Jesus deseja contagiar os seus discípulos com esta fé pequena, sincera, mas poderosa, capaz de desarraigar. Como missionários partimos sempre movidos pela fé para anunciar o evangelho a todas as pessoas. O evangelho do primeiro domingo de outubro nos ajudou a refletir sobre o valor e a veracidade de nossa fé. Como posso saber se tenho fé? Que sinal tenho para saber se minha fé é verdadeira? Jesus mesmo dá a resposta: a medida da fé é ser servo. A verdadeira fé nos ajuda a dizer: sou um servo inútil, fiz aquilo que deveria fazer. Eu arei, semeei, mas a força verdadeira está na semente e não no semeador. Quem enche de vida o grãozinho até vir à luz uma árvore, é o Senhor. Nós somos inúteis, mas o serviço não é. Porque como diz São Paulo: “eu plantei, Apolo regou, mas é Deus quem faz crescer” (I Cor 3,6).
A força está dentro da Palavra anunciada, não no pregador. “Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,10). Originalmente a palavra “inútil” significa “sem pretensão, sem exigências, sem reivindicação”. O Senhor espera de nós um serviço sem retensão de reconhecimento e sem desejo de “recompensas”, aquelas tais “recompensinhas”, um elogio aqui, um amaciar o ego ali e etc.
A nossa maior glória é simplesmente servir. Como servo preciso entender que: Não tenho necessidade de consensos, de estima, de aplausos e de sucessos. Não tenho necessidade de recompensas, o que é verdadeiro é o serviço, não a recompensa. Nós somos somente pobres servos nem tanto “inúteis”, mas “não-necessários”, ou seja, substituíveis. Seria tão sublime se no ocaso de nossas vidas pudéssemos dizer ao Senhor:
Obrigado, meu Deus! A recompensa maior no meu serviço foi sempre o teu amor infinito que superou todas as minhas expectativas. Sei que o meu trabalho não foi inútil, pois foi apreciado e multiplicado infinitamente por Ti! Nunca me senti um servo necessário. Eu quis apenas ser teu servidor, simplesmente teu servo. E isso para mim foi uma grande honra e me bastou. Sendo teu servo, tu estavas sempre comigo e aprendi que o importante não era ser merecedor de nada, mas somente amar. E mais ainda ser amado por Ti é melhor do que qualquer gratificação mundana. Obrigado, Senhor! Não tenho palavras para Te agradecer e para dizer o quanto estou contente por Ti! A eternidade não será suficiente para que eu cante a Ti um hino de louvor e gratidão.
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