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Páscoa nossa cotidiana

No primeiro dia da semana, de manhã bem cedinho, as mulheres foram ao sepulcro, levando em suas mãos os aromas que tinham preparado. Encontraram a pedra do sepulcro removida e, entrando, não encontraram o corpo do Senhor Jesus (Lc 24, 1-3).

As mulheres protagonistas vão cedinho, no escuro, encontrar o corpo do Senhor, suas mãos cheias de aromas para cuidar do corpo do Senhor, como só elas sabem fazer. São as mesmas mulheres que tinham seguido Jesus na Galiléia e ajudavam-no na sua missão. Muitas vezes forneciam o sustento da missão com os seus bens, com a sua ‘rica pobreza’. São as mesmas mulheres que estão com Maria firmes aos pés da Cruz: elas viram Jesus morrer e ninguém para socorrê-lo. Movidas de amor, agora elas vão ao sepulcro. Corajosas e fieis mulheres! Elas amaram Jesus na sua humanidade e na sua divindade: “não é possível amar a divindade de Jesus, sem antes amar a sua humanidade” (Heidewick di Anversa).

O relato da ressurreição de Lucas é extremamente sóbrio: “entraram e não encontraram o corpo do Senhor”. Imaginemos o coração daquelas mulheres. Bloqueado e dolorosamente vazio: cheio de perguntas e com muito medo. Como é paradoxal a fé pascal. É cheia de contrastes: alegria, medo, vazio, esperança. É quase como a dor de parto. A fé pascal está enxertada nas feridas do Cristo, sobre a dor de sua ausência e sobre a aflição de sua perda… Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo? As mulheres procuram o tesouro perdido, seus corações anseiam por aquele que deu sentido às suas existências. Por que procurais aquele que está vivo? Lindo, o nome de Jesus, dado pela Escritura: ele é o Vivente (cf. Ap 1,18). Ele não é um vivo agora, como um que não é mais um morto, mas é o Vivente, aquele que continuamente vive, a quem pertence o viver, o autor da vida. A sua missão é germinar a vida, fazer florir a vida.

Não está aqui, ressuscitou! Ressuscitar em grego equivale aos verbos acordar e se levantar: os evangelhos narram a ressurreição com um verbo que evoca as manhãs de nossas vidas: acordar e levantar, como se os nossos dias fossem uma ressurreição cotidiana, e a Páscoa, um dia em que o sol não mais se põe… Que seja assim sempre! Você se preparou quarenta dias para celebrar este dia infinito de festa! Que o sol do Cristo ressuscitado não conheça ocaso na sua vida! Uma feliz e santa Páscoa do Senhor! Aleluia, Ele vive para sempre, Aleluia!

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